Como saber se meu CPF foi vazado

Como saber se meu CPF foi vazado

No início de 2021 os brasileiros foram surpreendidos com um vazamento de dados de proporções gigantescas, chegando a afetar mais de 200 milhões de pessoas, de acordo com apuração feita pelo G1[1].

Infelizmente, com o avanço das tecnologias e do comportamento dos hackers, o risco de ter dados vazados é grande. O CPF (Cadastro de Pessoa Física), documento essencial para a maior parte das atividades burocráticas, costuma ser o maior alvo de vazamentos. Afinal, como saber se meu CPF foi vazado? Confira a resposta para essa e outras perguntas neste artigo do umCOMO.

Como saber se meu CPF foi vazado

Devido à instabilidade no que diz respeito à proteção de dados pessoais, o Banco Central criou a plataforma Registrato que permite averiguar se seu CPF foi utilizado para alguma transação comercial, isto é, se alguém fez um empréstimo ou pediu um cartão de crédito usando o seu CPF, etc.

De acordo com o site do Banco Central[2], no Registrato você pode consultar:

  • Informações sobre empréstimos e financiamentos em seu nome.
  • Lista dos bancos e financeiras onde você possui conta ou outro tipo de relacionamento, como investimentos.
  • Indicação das suas chaves Pix cadastradas em bancos, instituições de pagamento e outros.
  • Consulta a dívidas inscritas em seu nome no Cadin Federal.
  • Dados sobre operações de câmbio e transferências internacionais que você realizou.
  • Se você não possui conta ativa em um banco, pode emitir a certidão de inexistência de contas em bancos.

Para poder usufruir desses serviços gratuitos, basta se cadastrar no Registrato — há diversas opções, tanto para pessoas físicas (CPF) quanto jurídicas (CNPJ). É uma maneira fácil e rápida de saber se seu CPF foi vazado ou não.

Se você está tendo problemas num contexto digital, veja como denunciar conta do Instagram invadida.

CPF vazado, o que fazer?

Caso seu CPF tenha sido vazado, o primeiro passo é seguir as orientações do tópico anterior para verificar se não houve nenhuma movimentação financeira suspeita. Se sim, você deve entrar em contato com o banco imediatamente para reportar o ocorrido.

Dados vazados podem colocar sua segurança em risco. Por esse motivo, é melhor prevenir do que remediar. Confira a seguir algumas dicas para deixar suas contas sempre seguras:

  • Use senhas seguras. Suas senhas devem ter no mínimo 8 caracteres e misturar letras, números e símbolos. Evite sequências numéricas óbvias, como ano de nascimento do filho ou data de aniversário, ou mesmo 1234. Quanto às letras, também fuja do óbvio: escolha o nome da sua banda preferida, o time em que seu jogador de futebol preferido joga, etc. Para símbolos, adapte as possibilidades contidas em #&$%!?, etc.
  • Altere suas senhas a cada dois meses. Como as invasões às bases de dados são muito comuns, você já deve se precaver trocando sua senha a cada dois meses. Deixe um dia já programado para isso na sua agenda.
  • Para cada plataforma, uma senha diferente. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa SecureAuth e divulgada pelo portal ComputerWorld[3], mais de 50% das pessoas usa a mesma senha para plataformas diferentes. Isso é um risco enorme, pois aumenta a probabilidade criminosos terem acesso ao seu e-mail e cartões de crédito. Por isso, as senhas devem ser diferentes conforme a rede.
  • Use um gerenciador de senhas. Com tantas senhas diferentes, vai ser difícil se lembrar de todas. Há diversas opções de gerenciadores de senhas na internet, como Laspass, TrueKey e Keeper, e hoje o próprio Google conta com uma ferramenta de gerenciamento de senhas.
  • A verificação em duas etapas deve ser obrigatória em todas as plataformas que você possui cadastro. Assim, quando alguém tentar entrar na sua conta, precisará de uma autorização para fazê-lo (geralmente um código enviado para seu número de telefone celular). Você pode aproveitar e já trocar a senha daquela plataforma imediatamente, garantindo ainda mais segurança.

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Outros dados vazados, o que fazer?

Se outros dados seus foram vazados e você está sendo pressionado por hackers a pagar uma quantia para resgatá-los, acalme-se. Esse tipo de comportamento costuma ocorrer em empresas e o Brasil é um dos maiores alvos desse tipo de prática. De acordo com especialistas, nem sempre pagar o resgate é a melhor escolha:

Embora garantias geralmente sejam feitas pelos atacantes de que os sistemas comprometidos e/ou dados exfiltrados serão restabelecidos em caso de pagamento, em muitos casos essas promessas não são cumpridas: o sistema continua bloqueado ou é apenas parcialmente “devolvido”, dados são posteriormente vazados na dark web ou hackers voltam para uma outra rodada de extorsão. Além disso, há riscos legais e reputacionais associados ao pagamento de resgates. É preciso ponderar como um eventual pagamento será visto por autoridades e outros públicos de interesse.[4]

Nesse caso, você deve:

  • Investigar quais dados foram sequestrados;
  • Com essas informações em mãos, acionar as autoridades;
  • Comunicar-se de forma clara e aberta com todos os envolvidos, isto é, clientes, fornecedores, pacientes, entre outros;
  • Criar uma plataforma para que as pessoas citadas anteriormente possam dar feedback sobre se houve ou não alguma tentativa de uso daqueles dados.

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ReferĂȘncias
  1. G1. Megavazamento de dados de 223 milhões de brasileiros: o que se sabe e o que falta saber. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2021/01/28/vazamento-de-dados-de-223-milhoes-de-brasileiros-o-que-se-sabe-e-o-que-falta-saber.ghtml>. Publicado em 28 de janeiro de 2021. Acesso em 25 de setembro de 2021.
  2. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Registrato. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/cidadaniafinanceira/registrato>. Acesso em 25 de setembro de 2021.
  3. COMPUTER WORLD. Maioria das pessoas ainda repete senhas em diferentes serviços, avalia pesquisa. Disponível em: <https://computerworld.com.br/seguranca/maioria-das-pessoas-ainda-repete-senhas-em-diferentes-servicos-avalia-pesquisa/>. Publicado em 7 de maio de 2020. Acesso em 26 de setembro de 2021.
  4. GESTEIRA, Antonio; KELLY, Jordan Rae; PRADO, Adriana. Dados sequestrados, o que fazer? O manual dos especialistas. Pipeline Mercado. Disponível em: <https://pipelinevalor.globo.com/mercado/noticia/dados-sequestrados-o-que-fazer-o-manual-dos-especialistas.ghtml>. Publicado em 30 de julho de 2021. Acesso em 26 de setembro de 2021.
Bibliografia
  • BEZERRA, Mirthyani. Seus dados vazaram? Saiba o que fazer para se proteger de fraudes. Tilt Uol. Disponível em: <https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2021/02/02/seus-dados-vazaram-saiba-o-que-fazer-para-se-proteger-de-fraudes.htm. Publicado em 2 de fevereiro de 2021. Acesso em 26 de setembro de 2021.
  • CASTRO, Carol. 6 dicas para fazer senhas seguras (e lembrar-se delas depois). Superinteressante. Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/como-fazer-senhas-seguras-e-lembrar-se-delas-depois/>. Publicado em 10 de julho de 2012. Acesso em 26 de setembro de 2021.